CONFLITOS
Com a língua atrofiada de mastigar o nada,
Ingere-se o agror das coisas que não se tem.
Não há mais sonhos nem desejo de mudança.
O tempo se demora nas misérias diárias.
Na volta do caminho, o aroma da felicidade
Aliou-se à crise
do cansaço das esperas.
No orgasmo estéril das próprias melancolias,
Fecunda-se o desamor que separa os homens.
Nos cântaros vazios de novas possibilidades,
Enchem-se as mãos das culpas alheias.
Separadas da camada social que mede valores,
Pessoas se adaptam às penas de si mesmas.
No cruzamento dos sentidos que gere a razão,
Loucura e lucidez, em movimento abrupto,
Lutam no inconsciente estéril dos seres
E no fim predomina a certeza do nada.
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